sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E a primavera começa...

...Não como em todos os anos, a primavera aqui veio no dia 23.
Ano passado foi dia 22, eu me lembro bem...

Quem quiser voltar algumas postagens minhas até a data, talvez entenda melhor do que eu falarei aqui hoje.


O primeiro dia de primavera geralmente me deixa muito feliz, as cores, o clima, e principalmente as flores sempre SEMPRE tornaram esse dia muito especial para mim.

E naquele ano não foi diferente.


Foi num primeiro dia de primavera que nos conhecemos. Ao contrário de mim, creio que nem se lembre mais disso, née.


Tudo o que me sobrou daqueles dias alegres e vívidos foram essas flores desbotadas e falecidas...


Eu guardei dentro de um caderno com cuidado para não as perder, pois elas me lembravam essa data especial. Mas de que importa?


Me lembro bem de tudo que já senti, do que sofri... Eu prometi realmente pra mim mesma que não gostaria mais de ter amigos.

Acho que nunca escondi de ninguém que não consigo confiar nas pessoas. Até nas mais próximas, eu não consigo.

Hoje, com muito custo consigo contar facilmente nos dedos quantas pessoas eu consigo desabafar algumas coisas. Mas outras insistem em ficar dentro de mim me corroendo, porque eu não as conto pra ninguém.

Eu peço desculpas se alguém ler isso e se sentir triste, mas não é como se eu conseguisse mudar isso, ainda mais diante a tantas coisas acontecendo e "desacontecendo" ao mesmo tempo.

Não é algo tão fácil de controlar, sabe? É um sentimento que vem depois que se passa por muita dificuldade. Quando você se vê além de uma pessoa solitária, uma pessoa oprimida, que é ridicularizada pelas outras assim, sem motivo.
Você para de confiar e todos se tornam "suspeitos". Você só quer se ver livre de todos, quer que aquilo acabe, quer ir embora.

Com muito esforço, eu consegui confiar em você.
Pra mim você era uma pessoa que eu conseguia chamar de "melhor amigo". Porque pra mim era isso que você era.

E achei que esse sentimento fosse recíproco.


Com o tempo você se mostrou ser alguém que eu não conhecia. Um tipo de gente mediocre, que não se importa com ninguém a não ser com si mesmo. Por mais que você ainda venha até mim conversar, o que eu sinto por você é uma raiva muito grande.

Alguém do qual eu chego a me envergonhar de ter gostado tanto. De ter confiado tantas coisas da minha vida.
Alguém que eu nunca mais gostaria de me encontrar novamente.

Eu só não aguentava mais guardar isso tudo dentro de mim. Eu só não conseguia contar isso para mais ninguém.
Então decidi escrever, e quem quiser ler que leia, principalmente se for você.

Como estamos nessa data, a exata data em que pensei te conhecer, comecei a pensar muito sobre o conceito de amizade.
Não aguentava ouvir pessoas de qualquer tipo vir falar comigo e me dizer que sentia saudades. Eu acabei ficando muito perturbada com isso durante essa semana.

Esse tipo de coisa só acontece para me dar mais e mais certeza de que não devemos confiar. Em nada, em ninguém.
Devemos medir nossas palavras antes de falar. Devemos guardar nossos segredos apenas para nós mesmos.
Foi por isso que a partir de agora comecei a escrever num diário e me sinto muito mais aliviada. Não preciso desabafar com as pessoas. Não que antes eu conseguisse, mas isso me deixava com uma sensação muito angustiante por dentro.


E ah, eu fico muito feliz que não tenha vindo me procurar. A partir de agora vou te ignorar tanto, a ponto de virar de costas a sua presença. Assim como você faz comigo.
Assim, a única coisa que guardo sua comigo são algumas lembranças inevitáveis e um ramo de flores secas e sem vida jogadas na lata do meu lixo.


Passar bem, eu acho.


E feliz começo de primavera.


LISTENING NOW: 藍華柳 - Happy End

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